VINHO ORG NICO, BIODINÂMICO, NATURAL, VEGANO…

Vinho Orgânico, Biodinâmico, Natural, Vegano… Tem vinho para todos os gostos, todas as ideologias e todos os estilos de vida. Mas é importante falar um pouquinho sobre cada uma dessas classificações e também lembrar que não há vilões e nem verdades absolutas.

 

 

Portanto, este não é um artigo para polemizar, mas apenas para informar, atendendo a curiosidade de alguns leitores.

 

Vinho orgânico:

 

Ter um vinho com selagem orgânica no Brasil é complicado. O processo custa caro e o Brasil não reconhece certificações internacionais, pelo que muitos produtores internacionais – onde a prática é mais comum – não trazem aquele selo do Ministério da Agricultura estampado. Mas um produtor confiável trará isso em suas informações contidas na ficha técnica do vinho.

 

 

Para ser orgânico o vinho deve ser elaborado a partir de uvas cultivadas em vinhedos que seguem diretrizes precisas, sem tratamentos químicos e sem utilização de produtos sintéticos. Há necessidade também de uma prática orgânica em cantina, sem utilização de insumos sintéticos na elaboração do vinho em si.

 

Na Europa podem ter ou não selos de certificação (AB na França, Ecocert na Europa… ). A União Européia possui um selo próprio que engloba cultivo e vinificação desde 2.012.

 

 

Vinho Biodinâmico:

 

Os biodinâmicos englobam o conceito de orgânicos e vão além: A agricultura biodinâmica é uma abordagem espiritual-ético-ecológica para a agricultura e foi inicialmente desenvolvida pelo estudioso austríaco Rudolf Steiner, Ph.D., (1861-1925). O biodinamismo tira o melhor que a terra pode oferecer observando seus ciclos e a curando da exploração.

 

Além da utilização de preparos específicos para os cuidados no campo, também respeita o calendário astrológico (o mesmo que rege as marés, que influencia a criançada a nascer na mudança de lua e tudo mais….) para a tomada de medidas e cuidados.

 

Há uma grande gama de produtos naturais – de chás a resíduos animais – que, combinados conforme os preceitos, protegem e majoram a produção. A ideia do biodinamismo, como disse acima, é trabalhar o respeito à Terra e todos que nela vivem.

 

No Brasil existem alguns produtores que vêm utilizando as práticas biodinâmicas como a Vinícola Santa Augusta (@VinicolaSantaAugusta) em Santa Catarina e a Don Giovanni

(@vinicoladongiovanni) (em processo de conversão e tratando do assunto com muita verdade) no Rio Grande do Sul. O maior centro de ensino da técnica no Brasil fica em Botucatu – SP.

 

Há certificações próprias para reconhecimento das práticas biodinâmicas e a mais conhecida é a Demeter.

 

 

É bom lembrar que as práticas também ocorrem em cantina e não só na parte agrícola em si. Inclusive existem produtores que respeitam o calendário biodinâmico apenas na fase de elaboração dos vinhos evitando intervenções desnecessárias, mas não a praticam em campo. Nestas condições, por óbvio, não tem qualquer certificação.

 

Vinho Natural:

 

Os vinhos naturais são aqueles que nascem das práticas agrícolas orgânicas e/ou biodinâmicas e, em cantina, recebem mínimas intervenções, sem utilização de leveduras industrializadas, insumos sintéticos ou sulfitos, os quais não entram na composição do vinho ou se fazem presentes em baixíssimas proporções. Esse jeito menos interventivo não possui um conceito fechado e pode variar de produtor para produtor.

 

A primeiro conceito nasceu pela União para a Defesa do Vinho Natural.

A partir da definição dos 12 pontos elencados pela União, será necessário falar em “Nature Method Wine”. O termo foi oficialmente validado em uma assembléia geral em fevereiro pela jovem União para a Defesa do Vinho Natural, presidida pelo enólogo Jacques Carroget.

E no início de março deste ano, a abordagem foi oficialmente validada por sua vez pela DGCCRF (Direção Geral de Concorrência, Consumo e Repressão à Fraude).

“De qualquer forma, existem vinhos simples: as pessoas os produzem, outros os vendem e bebem. Então, tinha que haver uma definição ”, explica Jacques Carroget. A urgência de encontrar uma estrutura tornou-se cada vez mais premente, à medida que mais e mais “falsas” chamadas “naturais” se multiplicavam e a recuperação de marketing do fenômeno. “E dado o tamanho do mercado, os serviços administrativos também o exigiam.”

 

E, finalmente, o que é um método natural de vinho? Em suma, é um vinho feito de uvas orgânicas colhidas à mão e vinificado sem nenhuma técnica de enologia ou correção de enologia. Esta definição é muito mais detalhada do que o habitual “vinho sem enxofre”, muitas vezes mencionado rapidamente. Além disso, no que diz respeito ao enxofre, a carta é precisa: “nenhum sulfito foi adicionado antes e durante as fermentações”, mas possibilidade de ajuste da ordem SO2 <30mg / l de H2SO4 total antes da colocação, com um rótulo dedicado.

 

Além da definição, esta carta também propõe procedimentos de controle. “Os viticultores membros devem produzir análises que atestem o teor de enxofre após o engarrafamento, explica Jacques Carroget. Além disso, três áreas selecionadas aleatoriamente serão verificadas a cada ano, em particular na rastreabilidade e no conteúdo de enxofre. ” Os cuvées validados poderão exibir o pequeno adesivo “Vin method nature”. E a fraude pode, se necessário, depender da definição para controlar e sancionar possíveis enganos ao consumidor.

 

Para o Sindicato da Defesa do Vinho Natural, é agora uma questão de testar a carta e, acima de tudo, adotá-la pelo maior número possível de viticultores. Um grupo de trabalho começará a pensar no INAO, mas serão necessários vários anos de testes antes que a definição, agora uma abordagem “privada”, se torne uma estrutura regulatória. “Até o momento, temos cerca de cinquenta viticultores aderindo à abordagem, sublinha o presidente do sindicato para a defesa dos vinhos naturais. Esperamos ter 500 dentro de 5 anos. Mas o sindicato também reúne profissionais e consumidores de vinho, em um desejo de abertura que parece importante para nós. ” 70 safras da safra de 2019 já estão nas fileiras de certificação (por enquanto).

 

Os principais princípios da Carta

 

– 100% de uvas da agricultura biológica (Nature & Progrès, AB ou 2º ano de conversão)

– colheita manual

– leveduras indígenas

– sem entrada

– nenhuma ação de modificação voluntária da constituição da uva

– nenhuma técnica brutal

– sem adição de sulfito antes e durante a fermentação (possibilidade de ajustar a ordem SO2 <30 mg / l de H2SO4 total antes da colocação, com um rótulo dedicado)

– as cuvées que não são “vinhos do método natural” devem ser claramente identificáveis ​​(rotulagem diferenciada).

 

Vinho Vegano:

 

Já falei sobre a utilização de insumos enológicos de origem animal aqui no site e como eles não são capazes de provocar alergias alimentares. Porém, os veganos podem optar por vinhos que não utilizem referidos insumos (albuminas, caseínas entre outros) e terem um vinho sem qualquer tipo deste tipo de interferência. Para entender melhor onde os insumos de origem animal entram na elaboração do vinho acesse aqui.

 

Não há uma selagem específica para eles e a declaração depende do próprio produtor.

 

Relembro: Este é um artigo apenas para informações iniciais e há muito mais envolvido nos conceitos acima. E também não devemos ser xiitas com nada. Sem o avanço da indústria agrícola não teríamos alimento suficiente para toda a população.

 

Portanto, beba o que te der vontade, o que puder pagar e o que sua curiosidade mandar.

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