Por: Fabiana Gonçalves | @escrivinhos
Ele está presente em várias comemorações, vai super bem na praia ou na piscina e combina com diversos tipos de comida. O espumante é uma das bebidas mais clássicas do mundo e tem várias nuances que nem todo mundo conhece.
1 – O QUE É
Trata-se de uma bebida elaborada tal qual um vinho, com a extração do suco da uva e a fermentação desse líquido. Só que o vinho convencional fermenta apenas uma vez e o espumante fermenta duas vezes. Na primeira fermentação, o açúcar presente no suco da uva é transformado em álcool. Na segunda se adiciona açúcar e leveduras ao vinho, produzindo assim mais álcool é gás carbônico. É esse gás o responsável pelas borbulhas do espumante.
2 – FERMENTAÇÃO
Existem dois métodos de fermentação do espumante. O primeiro deles, que é o mais simples, é chamado de método Charmat. Nele, o vinho que vai virar espumante é colocado em tanques de aço inox hermeticamente fechados, onde se induz a segunda fermentação. Depois do espumante já pronto, ele vai para as garrafas.
O outro método é o Clássico, também conhecido como Champenoise. Nele a segunda fermentação ocorre já dentro da garrafa. Nesse caso, o líquido passa mais tempo em contato com as leveduras, dando maior complexidade à bebida. Depois dessa maturação as leveduras são retiradas e o espumante já está pronto.
Ainda existe um outro método que é utilizado para se fazer os espumantes doces, chamado método Asti. Nele usa-se a uva Moscatel, que é naturalmente mais doce. Esse método é uma exceção, pois só existe uma fermentação, que é interrompida para se obter mais açúcar e menos álcool.
3 – ESPUMANTE X CHAMPAGNE
Muita gente acha que espumante e Champagne são a mesma coisa, mas não são. O Champagne é produzido apenas na França, na região de Champagne, que é a única do mundo que pode usar essa denominação. Ele é feito apenas pelo método tradicional (Champenoise) e é uma das bebidas mais reconhecidas e prestigiadas do mundo. Nele podem ser usadas as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier.
4 – DON PÉRIGNON
Reza a lenda que o Champagne foi inventado, ou melhor, descoberto, por um monge beneditino chamado Don Pérignon. Ele vivia em um mosteiro na região de Champagne em meados dos anos 1600 e ali ele produzia vinhos. Por conta do clima local, os vinhos que ficavam nas caves do mosteiro fermentavam mais uma vez dentro da garrafa, criando gás carbônico. por não aguentar a pressão as garrafas estouravam sozinhas, provocando até medo nos monges.
Foi aí que Don Pérignon resolveu provar esse vinho e, por causa das borbulhas que se formaram na bebida, ele teria proferido a célebre frase “estou bebendo estrelas”. Verdade ou mito, foi Don Pérignon quem aperfeiçoou a produção de Champagne, melhorando as técnicas de produção, trazendo da Inglaterra garrafas mais resistentes à pressão e utilizando rolhas de cortiça com fechamento reforçado.
5 – TIPOS
Os espumantes podem ser brancos, rosés e até tintos – sendo esses últimos menos populares. No entanto, a principal classificação deles está relacionada à quantidade de açúcar presente na bebida. Eles vão dos mais secos aos menos secos, começando pelo Nature (mais seco), passando pelo extra-brut e indo até o brut. Lembrando que a palavra “brut” significa “seco”.
Depois entramos na categoria dos mais adocicados. Eles vão do Demi-Sec (meio-secos) até os doces. Na categoria dos doces estão os moscatéis.
6 – BORBULHAS
O conjunto das borbulhas encontrada no espumante formadas pelo gás carbônico é chamada de “perlage“. Quanto menores e mais duradouras as bolhas, melhor o perlage. O gás carbônico é um dos elementos mais ricos do espumante. Por isso, ao abrir o espumante, deve se evitar agitar a garrafa para não perder essa preciosidade. O correto é tentar não “estourar” o espumante.
7 – TAÇAS
Apesar de serem charmosas, as taças Coupe, aquelas mais abertas e que também são conhecidas como taças Maria Antonieta, ficaram no passado. Elas já foram muito usadas, mas esse modelo faz com que o gás carbônico escape com mais facilidade. Hoje elas são peças vintage que os colecionadores adoram.
Existe uma taça padrão para o espumante, chamada Flûte. Ela tem o formato alongado para preservar ao máximo o gás carbônico e direcionar a bebida de maneira certa para a boca.
Mas hoje já vemos uma flexibilidade no uso de taças para espumante. Tem se usado bastante taças de vinho branco para a bebida, principalmente para os espumantes que têm mais complexidade ou aqueles com mais idade.
8 – FAMOSOS
Além do Champagne, existem outros espumantes que são bastante reconhecidos em todo o mundo. Os principais são o Cava , que é um espumante espanhol feito na região da Catalunha. Normalmente em sua composição estão as uvas Macabeo, Xarel-lo e Parellada.
Outro é o Prosecco, que é um espumante feito na região delimitada de Prosecco, que fica no Veneto, na Itália. É feito com a uva Glera, que há alguns anos era chamada de Prosecco.
9 – BRASILEIROS
O espumante é responsável por projetar o Brasil no cenário internacional dos vinhos. A bebida foi quem primeiro teve sua qualidade reconhecida nos concursos mundo afora. O Brasil produz excelentes espumantes de diversas regiões: do Sul até o Vale do São Francisco, no Nordeste. Os espumantes nacionais vão desde os estilos mais secos aos moscatéis, que vale a pena serem provados.
10 – HARMONIZAÇÃO
Por serem leves e terem boa acidez, os espumantes podem ser tomados como aperitivo ou acompanhando saladas, queijos, pratos leves, pescados ou frutos do mar. Os mais adocicados vão bem com sobremesas leves, principalmente à base de frutas.